Como escolher cursos de idiomas
A importância de aprender um novo idioma e como escolher onde ou com quem estudar.
Por Daniel Ramalho[1]
Algumas das perguntas mais frequentes feitas a professores e profissionais da área da educação rondam o conceito e a identificação de qual seria o melhor curso em determinado segmento. Seja no ambiente profissional ou em uma conversa com amigos e familiares, tal escolha pode ser o tema de longas discussões tendo em vista a variedade de fatores a serem analisados. As questões principais a serem levadas em consideração, o aluno e os vários contextos em torno da aprendizagem, nem sempre recebem a devida atenção. No campo dos idiomas este pode ser um equívoco bastante complexo.
O mundo e a comunicação
Estamos em pleno século XXI e se a comunicação já era uma questão importantíssima nos que o antecederam, seu atual papel é de um destaque nunca antes visto na história da humanidade. Em um momento de pandemia, durante a qual o isolamento físico se faz necessário, a busca por informação e contatos virtuais não para de crescer. Dominar tais fatores torna-se uma obrigação ainda maior para aqueles que
pretendem desenvolver suas habilidades, atividades sociais, intelectuais e profissionais. Mas mesmo trabalhando ou estudando remotamente, acompanhar o ritmo acelerado das mudanças globais não é fácil. Se pensarmos principalmente sobre as questões relacionadas aos impactos da crise do coronavírus em todas as áreas, manter-se informado pode ser um exercício exaustivo. Porém, não há dúvidas do quanto é necessário para quem não quer ficar para trás.
Por que aprender outra língua?
O novo normal
A globalização nunca fez tanto sentido quanto agora. A vida moderna exige de todos nós um crescente empenho em melhorar nossa desenvoltura comunicacional. Um dos reflexos deste fenômeno, que se encaixou bem ao “novo normal”, pode ser notado através da evidente reestruturação, reformulação e surgimento de escolas de idiomas. As mais tradicionais fazem um esforço para se renovar e se recolocarem em um mundo digital e totalmente conectado. Ao mesmo tempo, por iniciativas independentes, surgem professores empreendedores. Ainda mais motivados e pressionados pela necessidade de reinventar-se diante da pandemia, os profissionais estão propiciando um boom de escolas online e apps relacionados ao tema ao redor do mundo.
Mercado mais exigente
Desta forma, fica claro que o domínio de outros idiomas, além da língua materna, passou a representar uma necessidade real no âmbito escolar, profissional e pessoal. Certificados de proficiência em alguma língua estrangeira deixaram de ser meros diplomas emoldurados e pendurados em escritórios e salas comerciais. Ganharam status de diferencial profissional, seja na hora de uma contratação, seja no investimento de empresas na capacitação de seus colaboradores. Cursos de inglês, espanhol, francês, italiano, alemão e mandarim deixaram de ser meros cursinhos para representarem uma necessidade de boa parte de nossa sociedade.
Um mundo menor
Além de mais conectado, o mundo ficou menor, pois fazer uma viagem ao exterior, embora a pandemia do Covid 19 nos limite neste exato momento, já não é um sonho impossível ou tão difícil como em outros tempos. Com a internet, viajar tornou-se ainda mais fácil, pois a viagem de seus sonhos pode estar a um clique de seu smartphone ou tablet. Viajar e conhecer outras culturas é sempre bastante agradável. Chegar ao seu destino conhecendo o idioma e já um pouco familiarizado com os costumes do país anfitrião, torna tudo ainda mais proveitoso e inesquecível.
Invista corretamente
Existem várias razões para embarcarmos na aventura de aprender outra língua. Porém, para que realmente possamos aproveitar todas as possibilidades desta empreitada, deve-se tomar bastante cuidado ao escolher a instituição ou o profissional que nos guiará durante o percurso. Disto depende não apenas o seu aproveitamento, como também o
retorno que se espera ao investir-se neste projeto. Afinal, bons cursos não são baratos. Por outro lado, não podemos negar a veracidade da máxima que diz que “quem faz o curso é o aluno”. Mas se vamos investir nossas economias em algo que pode pesar em nosso orçamento, devemos sempre buscar aquilo que se enquadre mais em nosso perfil e objetivo.
Faça a sua escol(h)a
Escolher um curso não é tarefa fácil. Muitos são os enfoques e propostas pedagógicas que podemos encontrar nas escolas de idiomas que temos à nossa disposição. Porém, é o aluno quem deve avaliar, antes de decidir em qual vai se matricular e como prefere aprender.
Algumas oferecem bastante conteúdo oral e pouca gramática. Outras ignoram solenemente a gramática e priorizam a comunicação através de métodos de repetição e memorização. Há também opções mais complexas que veem a língua como um todo e possuem uma carga gramatical mais detalhada. Seja como for, o importante é que o aluno se sinta à vontade, motivado a aprender e que tenha em mente que não existem fórmulas mágicas: aprender qualquer conteúdo exige esforço e dedicação.
Cultura e aprendizagem
Tempo e qualidade
E por falarmos nisso, no tocante ao tempo dedicado aos estudos, este também pode variar muito de acordo com a proposta de cada instituição ou profissional. Dedicando-me há mais de vinte anos à educação e ao ensino da língua espanhola, posso dizer que se me matriculasse agora em um centro de idiomas, daria preferência àquele que realmente se preocupasse não somente com o desenvolvimento das destrezas oral, escrita ou auditiva, mas também com os elementos culturais que englobam a língua-meta. Desta forma, o principal não é a quantidade de tempo que se gasta, mas a qualidade desse tempo. Quanto mais envolvente for a aula, mais rápida e duradoura será a aprendizagem.
Rompendo barreiras
Em vários anos entre a sala de aula e a administração escolar, estou convencido de que não existe aprendizagem real de um idioma se o professor não aproxima o aluno da cultura que o cerca. Em outras palavras, o docente tem a responsabilidade de apresentar e motivar o discente na busca de elementos culturais que o possibilitem viver a língua e todo o mundo que o engloba. É da escola e dos profissionais que a compõem a tarefa de levar à aula elementos que o façam romper a barreira dos estereótipos e preconceitos. Desta maneira, verá que não é só de touradas que vive a Espanha, que a Rússia não é só a Vodka e que nem só de pizzas vivem os italianos.
Deve-se apresentar os costumes, a literatura, o teatro, a pintura, o cinema, a música e tantos outros recursos disponíveis. Somente assim o estudante poderá vivê-los, tocá-los e, principalmente, criar a partir destes estímulos. Tais ferramentas são essenciais para que o discente possa elaborar suas próprias estratégias de estudo e manutenção do contato com a cultura-meta quando não estiver na sala de aula.
Aprender é envolver-se
Aluno não é robô
Portanto, o melhor curso é aquele com o qual o aluno se identifica e que não o vê apenas como um simples repetidor de estruturas previamente elaboradas. Bons profissionais veem seus alunos como seres criativos, pensantes, críticos e capazes de viver e se envolver com culturas diferentes das suas. Afinal, assim como nós, escritores, artistas e simples cidadãos de outros países não são meros reprodutores de palavras, sem sentimentos. Todos provêm de um país, de uma cultura, têm seus valores, religiões, conceitos, opiniões etc. Tendo isto em mente, evita-se o aprendizado de um idioma enlatado e engessado.
Idiomas têm vida
Quem nunca teve a sensação de ter sido enganado ao chegar a outro país e, após exaustivas aulas, notar que não entende nada do que os nativos falam e que estes tampouco te entendem? Quem nunca foi traído pelos falsos cognatos ou falsos amigos, aquelas palavrinhas e expressões que podem nos colocar em apuros e causar muitos embaraços em outro país? Escolas de idiomas não devem ser frias ou tratar a língua como se fosse uma ciência exata, precisam propiciar a seus alunos e profissionais verdadeiros espaços dedicados à cultura e ao conhecimento.
Enfim, é muito importante que se busque informações sobre o método de trabalho da escola em que se deseja estudar ou do professor a contratar, mas sem esquecer que identificação, envolvimento, prazer, dedicação e compromisso são grandes elementos para o sucesso de uma empreitada linguística e cultural como esta. Lembre-se que quanto maior o envolvimento de quem estuda e de quem ensina com todo o processo de aprendizagem, melhores e mais duradouros serão os resultados.■
[1] Professor de espanhol, jornalista, pedagogo, esp. em Psicologia Positiva. Ex-professor colaborador do Instituto Cervantes do Rio de Janeiro e examinador do DELE. Músico-compositor, ator e escritor. Diretor e administrador escolar desde 1997. Diretor do Aula E – Idiomas e Cultura, criador e administrador do Portal Hispano Cultural.
Mas. entretanto. contudo. porém. mas. Todavia. No entanto. mas. Porém. em primeiro lugar. seguindo. segundo. por outro lado. e. mas. mas. e. Mas é isso. Desde que. Sendo assim. Todavia. Mas então. Porém é assim. Mas. E vamos. Mas hein? E vida que segue. Entretanto. Contudo. No entanto nem. E está. Porém falta. Primeiramente observe. Em segundo lugar. Mas. Mas mesmo assim. Porém. Entretanto. Porém ainda falta mesmo. Em segundo lugar o Vaso. Primeiramente sempre Flamengo. Mas. Porém é assim.